sábado, 13 de junho de 2009

Perdidos

Calma, tudo irá se resolver está apenas começando.
Ninguém fica sozinho por muito tempo.
Queria ir embora sem ter a quem me despedir
Iria ser inútil. Não iria embora, ficaria sempre atrás de algo, sem nem ao menos saber o que é, sem nunca ter o visto face a face.
Mais um dia se passou, percebi que por muito esperei e que era a hora errada, fiquei.
Pensando as várias formas de se arrepender, mais só havia uma.
Por que não sabemos dizer adeus?
Ficar com você ou te perder, não é mais a mesma coisa.
Tempo, é com você a minha pendência, onde está essa tal hora certa?
Tento abrir meus olhos, minha mente, é tão simples, eu tentei...
Quanto mais eu corro atrás de você me vejo ausente, eu não sei dizer “sinto sua falta”
Correndo em círculos, ninguém me disse que seria tão difícil
Volte para mim, onde está aquele tempo que não faltava?
Porque você mudou tanto? Queria voltar ao começo.
Quando se quer uma coisa, só pelo fato de querer, temos pelo menos uns 10%
Seja nos sonhos, imaginação, eles estão sempre conosco, nós somos fruto do desejo,
Somos movidos a ele. Tempo e desejo, onde vocês estão agora? Não os encontro mais em ninguém...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Descodificar


Meu amor presente em uma sala ausente, adoro a forma como me absorve, isso me lembra as escolhas que tomei, tomei mas nem sabia o gosto amargo que tinham. Descodifiquei cada uma, mais continuam amargas. Lembro-me do breve instante que não consegui descrever, porque faltava o fôlego com o seu silêncio... Ele atravessava a sala vazia, entrava em mim, o aroma e os risos embriagados eram trazidos por ti, outros tempos. Temos que mudar, temos que nos reciclar, isso não existe nós somos os mesmos que fomos e sempre seremos, não contando com o estúpido destino. Você veio de tão longe e trouxe a sua velha amiga amargura, não durmo a dias, eu olho enquanto você se empurra para longe de mim, fui feita para caminhar sobre a água mas agora fui fundo demais, nunca pensei que amaria alguém que fosse o sonho de outra pessoa. As palavras não ditas viram a tona com a mesma violência. Estou disposta a tentar, não me deixe desistir, alguma coisa em você me da forças, às vezes as nossas decisões saem um pouco de rota, ficam meio amargas, então você aparece, todo o meu medo vai embora, não existe espaço para ele quando você aparece.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Um pouco sobre


A tanto a ser dito, mas ela só consegue ficar calada, a tanto a ser imaginado, mais ela só consegue falar. Uma completa estranha aos seus instintos, nunca completa, sempre faltando, sempre. Não sabia o seu lugar, a solidão era a sua companhia quando a noite vinha, sempre se via cercada de vultos, nunca estão lá, somente aparentam está. Era apenas mais uma garota que não sabia o que queria, nunca amou, mais assistiu nos filmes, sabia como era, claro que sabia, era a sua única realidade. Os vultos falavam que ela deveria mudar, que deveria crescer, que falava demais e que deveria manter as aparências, então cresceu, saiu dos filmes e começou a agir, mais como? Nada era igual! O mundo real é bem mais gostoso e cruel, então o amou, nunca soube porque, mais amou pra valer, que pena que foi sozinha, e se descobriu chorando. Ela não era bonita, não era magra, não tinha os cabelos lisos ao vento e nem um sorriso bonito, mais sabia quem era e não se perdia, esse foi o seu erro. Até que um dia ela se esbarrou em um cara, meio simpático, com um sorriso encantador, como todos, nada novo. Ela já entendia disso, não caiu em seus joguinhos, mas ele mal havia começado a jogar. Ela não era boa o bastante e mais uma vez chorou. Resolveu dar um basta, havia cansado de mocinhos e de bandidos, não queria nenhum dos dois, não queria nada, só a si mesma, mas descobriu que ela não era boa o bastante para si própria, não conseguiu se satisfizer com a sua própria companhia, a solidão não vinha mais de noite, estava ao seu lado todo tempo, a ausência do que ela ainda ia perder a assombrava, o medo de não conseguir a perseguia, então descobriu que não a falta na ausência; ausência é um estar em si, sentia-se branca, tão pegada, aconchegada em seus braços, inventava exclamações alegres, ria e dançava. Porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém vai roubar mais dela.

Interrompida

Você já confundiu um sonho com realidade? Ou roubou algo quando tinha dinheiro pra comprar? Já se sentiu triste? Ou achou que o trem andava quando ele estava parado?Talvez eu fosse louca mesmo. Talvez fossem só os anos 60. Ou talvez eu fosse só uma garota... Interrompida. Eu sabia como era querer morrer, como dói sorrir, como você se fere por fora tentando matar o que tem por dentro. Quando você não quer sentir nada, a morte pode parecer um sonho. Mas ver a morte mostra como é ridículo sonhar com ela. Talvez haja um momento, quando crescemos em que perdemos uma casca. Existem muitas feridas lá fora. Desperdicei um ano da minha vida. Talvez o mundo todo seja idiota e ignorante, mas prefiro estar nele! Declarada sadia e enviada de volta ao mundo. O que isso significa, ainda não sei. Será que um dia fui louca? Talvez. Ou talvez a vida é que seja. Ser louco não é estar quebrado, ou engolir um segredo sombrio. É ser como você ou eu amplificado.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Farpa

É como se eu estivesse subindo, subindo em um muro cheio de farpas, em que cada vez que eu tentasse ir à diante, me ferisse, magoasse feridas antigas, que já tinham virado meras cicatrizes. Vejo todos os meus inimigos subindo, mas com facilidade, sem nenhuma farpa, só com alguns obstáculos. Eles me olham lá de cima do muro, parecem zombar de mim, me criticam mas eu não entendo o porquê, até que ouvi um deles dizendo que eu não passava de uma tola, por ter a ânsia de subir, mas não ter forças para agüentar o caminho e assim iria morrendo a cada subida e a causa do óbito seria alto-mutilação, ter criado farpas e descobrindo assim, que eu mesma gerei todo o meu sofrimento, toda a minha trajetória cheia de mágoas, e que algumas feridas não tinham mas como se recuperar, então descobri que o principal fator de minhas freqüentes quedas, seria então eu, tinha que lutar e vencer obrigatoriamente uma guerra entre eu e eu mesma, mas o difícil é saber quem é que vai sair ganhando, verdadeiramente.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Sem nexo

Nenhuns dos olhos molhados, nenhuma menção de fatos, só uma pobre decisão: Fazer da minha vida sempre uma contagem regressiva até o fim. Eu não sei o que esperar, tem medo de me repetir, mas eu sou sempre tão igual. Eu me sinto cinza, o meu mundo foi esmagado em pedaços e montado novamente de forma errada. Tudo ficou sem nexo. Estou cheia de medo, estou cheia de esperanças, estou cheia de você. O nosso coração cresceu tanto que tudo ao redor começa a transbordar você é uma linda poesia, volte, ainda há como saber, não fique aqui e pague pra ver, não fiquemos cheio, nós tropeçamos em nossas vidas, procurando uma mão para segurar, alguma dúvida de que precisamos nos encontrar? Fiquei com a minha língua presa, andando, esperando, implorando, mentindo, pagando tudo que devia o que deu de errado? Apesar de haver muito pra ser dito, mas estou com a língua presa.

terça-feira, 3 de março de 2009

Dilatar

Nada me transforma, nada me abala, nada me comove. Eu não transformo nada, eu não abalo nada, e não comovo nada. Tudo é claro, já aceitei os fatos, eu não mudo e muito menos quero mudar. Até que um dia, eu estava à toa e esbarro em você... Nossa! Como alguém pode transparecer tanta poesia, tanto encanto, tanta delícia, de ser o que é? Fiquei extasiada, não me atrevi a falar nada, só fiquei olhando enquanto podia só olhar, o que mas me encantou foi esse seu ar, de quem gosta de gostar, que só de respirar, parecia me purificar, como se eu fosse flutuar, mas o seu olhar me prendeu ao chão e descobri em você, sem querer, exatamente quem eu queria ser, e sonhar com o momento em que alguém me olhará como um dia eu te olhei, com os meus olhos pagãos descobrir em seus olhos toda a divindade de ser o que é. Pode ter certeza, que de mim eu poderei até esquecer, mas de seus olhos, nunca.