quinta-feira, 26 de março de 2009

Farpa

É como se eu estivesse subindo, subindo em um muro cheio de farpas, em que cada vez que eu tentasse ir à diante, me ferisse, magoasse feridas antigas, que já tinham virado meras cicatrizes. Vejo todos os meus inimigos subindo, mas com facilidade, sem nenhuma farpa, só com alguns obstáculos. Eles me olham lá de cima do muro, parecem zombar de mim, me criticam mas eu não entendo o porquê, até que ouvi um deles dizendo que eu não passava de uma tola, por ter a ânsia de subir, mas não ter forças para agüentar o caminho e assim iria morrendo a cada subida e a causa do óbito seria alto-mutilação, ter criado farpas e descobrindo assim, que eu mesma gerei todo o meu sofrimento, toda a minha trajetória cheia de mágoas, e que algumas feridas não tinham mas como se recuperar, então descobri que o principal fator de minhas freqüentes quedas, seria então eu, tinha que lutar e vencer obrigatoriamente uma guerra entre eu e eu mesma, mas o difícil é saber quem é que vai sair ganhando, verdadeiramente.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Sem nexo

Nenhuns dos olhos molhados, nenhuma menção de fatos, só uma pobre decisão: Fazer da minha vida sempre uma contagem regressiva até o fim. Eu não sei o que esperar, tem medo de me repetir, mas eu sou sempre tão igual. Eu me sinto cinza, o meu mundo foi esmagado em pedaços e montado novamente de forma errada. Tudo ficou sem nexo. Estou cheia de medo, estou cheia de esperanças, estou cheia de você. O nosso coração cresceu tanto que tudo ao redor começa a transbordar você é uma linda poesia, volte, ainda há como saber, não fique aqui e pague pra ver, não fiquemos cheio, nós tropeçamos em nossas vidas, procurando uma mão para segurar, alguma dúvida de que precisamos nos encontrar? Fiquei com a minha língua presa, andando, esperando, implorando, mentindo, pagando tudo que devia o que deu de errado? Apesar de haver muito pra ser dito, mas estou com a língua presa.

terça-feira, 3 de março de 2009

Dilatar

Nada me transforma, nada me abala, nada me comove. Eu não transformo nada, eu não abalo nada, e não comovo nada. Tudo é claro, já aceitei os fatos, eu não mudo e muito menos quero mudar. Até que um dia, eu estava à toa e esbarro em você... Nossa! Como alguém pode transparecer tanta poesia, tanto encanto, tanta delícia, de ser o que é? Fiquei extasiada, não me atrevi a falar nada, só fiquei olhando enquanto podia só olhar, o que mas me encantou foi esse seu ar, de quem gosta de gostar, que só de respirar, parecia me purificar, como se eu fosse flutuar, mas o seu olhar me prendeu ao chão e descobri em você, sem querer, exatamente quem eu queria ser, e sonhar com o momento em que alguém me olhará como um dia eu te olhei, com os meus olhos pagãos descobrir em seus olhos toda a divindade de ser o que é. Pode ter certeza, que de mim eu poderei até esquecer, mas de seus olhos, nunca.